domingo, 13 de setembro de 2009

A Formiga e a Cigarra

Naquele final de Verão a bonita Cigarra cantava ao final do dia. Por sua vez a pobre Formiga carregava com as suas migalhas para a sua modesta e alegre casinha.

A Cigarra perguntou à Formiga, com ar sóbrio e soberano: "porque te preocupas tu pequena Formiga? ... se o tempo de Crise já passou e todo o mundo já recupera! Apenas tens de tens de ter "força e confiança".

A Formiga, sorri perante a Cigarra, que bem conhece de outras lutas, mais musicais que laborais. E responde: "jovem Cigarra, sou modesta e não ambiciono uma vida de tamanha prosperidade, apenas quero poder trabalhar todos os dias com saúde e amealhar para o Inverno", diz com sinceridade, e acrescenta "apenas peço que me deixem trabalhar, pois com isso consigo viver, criar e gerir uma família, e ainda ajudar os vizinhos menos afortunados".

A Cigarra, sapiente mas preguiçosa, sabe que não precisa de trabalhar se conseguir gerir pequenos favores e apenas ajudar os seus amigos, que cordialmente e generosamente retribuem com pão e fruta sobre a mesa. Além disso, em farto convívio sempre se cultiva a amizade, a tertúlia e a intelectualidale para produzir uma comunidade mais inovadora e pensada no futuro. Sabe que haverá sempre alguem que trabalhará em troco de pão, e bem gerido, em troco de breves migalhas (porque as formigas são de pouco alimento, e apenas as cigarras mereçem fruta da época).

A Formiga afasta-se sabendo que não pode entrar em delírios, e que a família está em primeiro lugar. Só depois disso pode pensar numa tarde de descanso, em atravessar o rio para vizitar o olival, atravessar o olival para visitar o lagar, e partir do lagar para outro lugar (num voo de imaginação).

A Formiga ouve a sua consciência e estabelece as suas prioridades, não precisa de hiper-intelectualizar as suas necessidades básicas. Não precisa que lhe peçam determinação, apenas que a deixem trabalhar.

ver mais em:
blog do mesmo autor
artigo do Jornal de negócios

4 comentários:

  1. Retirado de "Livro de Leitura da 4ª Classe", edição de 1957, página 23. Na página a seguir, Salazar exorta os meninos, portugueses pobres, humildes e periféricos do amanhã, a decorarem o Deus, Pátria, Família e explica que a melhor forma de evoluir é guardar o dinheiro ganho num frasco de vidro e escondê-lo debaixo do colção. Quando estiver cheio devem, prudentemente, não o gastar. Porque assim é que deve ser.

    Por favor, só lhes peço uma coisa: se ganharem não governem com este espirito. É deprimente demais.

    Publiquem se quiserem.

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  2. e depois passados uns anos veio s a descobir k afinal a formiginha n era assim tao humilde e k tinha desviado muito dinheido d bancos k geria e o meteu em várias off-shors resumindo: de boas intenções ta o ceu cheio

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  3. Ontem, neste mesmo espaço, deixei aqui um comentário. Vejo que já há comentários posteriores e do meu nem rasto. Sinto-me asfixiado.

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